São 7h da manhã. O sol rompe as montanhas a nascente e começa a iluminar o Vale do Távora. Pouco depois quebra-se o silêncio da manhã. Algures em torno do Convento de São Pedro das Águias ouve-se o som repetido de varas que batem os ramos de árvores. É o sinal de que começou a apanha da azeitona.
Depois da vinha, o olival é a mais relevante cultura na Quinta do Convento de São Pedro das Águias. E após a azáfama da vindima, o mês de novembro traz mais duas semanas de colheita, também de método tradicional, e manual, agora em busca das melhores azeitonas, provenientes das cerca de 3.500 oliveiras, com mais de 40 anos de idade, que serpenteiam a encosta.
Bem cedo, a equipa chefiada por Carlos Alberto, um dos mais antigos funcionários da quinta, começa a colheita, oliveira a oliveira, numa rotina sempre igual. Primeiro estende-se a manta debaixo da árvore e, de seguida, os homens fazem o varejo – com uma vara, batem os ramos, de forma a que a azeitona se solte e caia para a manta. Se as oliveiras permitirem, usa-se uma pequena máquina de braços que faz tremer os ramos, acelerando o processo. Mas, nas oliveiras maiores e mais antigas (algumas são centenárias), tal não é possível.
Depois de colhidas, as azeitonas são amontoadas nas mantas no chão e com elas se enchem os baldes de plástico que carregam cerca de 35Kg de peso. Chamam-se “bújaros”, explica o Beto. E com os bújaros se carregam os palotes e a carrinha que acabará por levar a azeitona até ao lagar.
São estas azeitonas que darão origem a um azeite muito especial, engarrafado pela Kranemann Wine Estates com a marca Quinta do Convento. Um azeite de aroma frutado, com notas de erva, folha de oliveira e maçã verde. O sabor é fresco, com ligeira acidez e picante em equilíbrio, suave e com um fim de boca muito saboroso.
Em média, são produzidas apenas 2000 garrafas deste azeite exclusivo.