Todas as vindimas temos tido estagiários que vêm pela experiência e pela oportunidade de aprender mais sobre a produção e sobre a vindima numa região tão particular como a nossa, o Douro. Chegam até nós ávidos de conhecimento e com um entusiasmo inerente de quem vai iniciar um novo desafio.
Este ano temos a Júlia, a Katy e o Schalk.
A Júlia, 31 anos, veio do Rio de Janeiro e passou pela Irlanda antes de assentar em terras lusas. A sua paixão pela Gastronomia levou-a até Coimbra onde tirou a sua licenciatura, com uma passagem pelo sul de França onde estagiou e teve contacto com o Enoturismo que foi o objeto da sua tese final. A sua experiência na área diversificou-se entre guia de enoturismo e assistente de vendas e seguindo o interesse e curiosidade pela produção de vinho, enveredou pelo mestrado em Enologia/Viticultura. Chega até ao Douro pelo seu amor ao vinho fortificado e também a tudo o que a região represente e envolve. Esta é a sua primeira vindima e apesar de ser um trabalho cansativo, tanto a nível físico como mental, tem sido também bastante divertido. “O ambiente ajuda muito e faz com que tudo flua de uma forma fácil, desde a Susete que é muito boa professora aos colegas estagiários que ao terem já mais experiência partilham o conhecimento e se entreajudam.”
Katy , 34 anos, nasceu no Reino Unido, mas chega até nós da Nova Zelândia, onde vive actualmente. Desde que pode beber bebidas alcoólicas, que se lembra de adorar vinho e quando chegou à Nova Zelândia entrou no ramo do vinho passando por várias funções, desde o enoturismo à produção. Hoje em dia trabalha num produtor de vinho e dá uma perninha em todas as funções – passando pela vinha, pela produção e provas. O interesse pelo Douro e Portugal (tem família em Cascais) vem pela diversidade de castas autóctones e pelo seu gosto pelo vinho fortificado, neste caso o vinho do Porto. Além das vindimas na Nova Zelândia, também fez vindima no Sul do Reino Unido onde produziu espumante e Pinot Noir. Esta é a sua 4ª vindima e a segunda fora de casa. Não consegue não se sentir deslumbrada com a paisagem sempre que caminha da casa até à adega todos os dias. O grupo de estagiários trabalha muito bem, e a ligação é tão grande entre eles que são apelidados d’ “Os 3 Mosqueteiros”. “Tanto a Susete como o resto da equipa são acolhedores e prestáveis fazendo-a sentir como se estivesse em casa.”
O Schalk, 25 anos, nasceu em Pretoria, capital da África do Sul. O primeiro contacto com a indústria do vinho foi quando foi estudar Biologia Marinha para a universidade em Stellenbosch. Trabalhou durante o curso em salas de provas de vinho e o gosto pelo vinho fê-lo mudar a sua licenciatura para algo relacionado com o mesmo – Biotecnologia do Vinho. Desde que terminou o curso que tem feito o maior número de vindimas para ter uma experiência mais ampla e vasta. Trabalha como enólogo assistente num produtor em Stellenbosch e esta é a sua 5ª vindima, sendo a primeira no estrangeiro. O interesse na região do Douro veio por recomendação do seu patrão que estudou e trabalhou com a Susete, a nossa enóloga. O Schalk está completamente surpreendido pela beleza da paisagem da região – “este lugar tem sentimento e as fotografias não fazem jus.” Toda a equipa é muito prestável, simpáticos e muito amigáveis, mesmo quando não se consegue falar a língua materna. “A Susete é uma pessoa muito conhecedora e ávida em ensinar e partilha o seu conhecimento com muita facilidade. Tem em consideração o nosso grupo de estagiários quando planeia a vida da adega, apesar de todos sabermos que quem manda são as uvas.” O grupo de estagiários teve um click bom e tem sido divertido trabalhar.