Existem experiências que chegam por acaso. Sim, o plano até era diferente, quem sabe uma aventura profissional pelo estrangeiro, mas depois do primeiro contato com a Kranemann Wine Estates e a Quinta do Convento de São Pedro das Águias, a relação construiu-se ao ponto de estar já a caminho da quarta vindima com a equipa. “Pois é, gostei muito e fui ficando por aqui!”. Eis a Brenda, o elemento mais jovem da nossa equipa de enologia.
Tudo começou quando estava a concluir o mestrado, bem perto, na UTAD - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real. Precisava de fazer o estágio final e a oportunidade de um contato com Susete Melo, a diretora de viticultura e enologia da Kranemann Wine Estates, deu-lhe a chance de participar numa primeira vindima e começar a acompanhar as atividades na adega. “Quem diria, adoro fazer vinho do Porto, embora não seja propriamente o meu vinho preferido enquanto consumidora. Aí, prefiro os vinhos de mesa, em particular um branco”, afirma.
Brenda estudou Biologia em Faro e a paixão pelo mundo vinho descobriu-a graças às provas em que se foi envolvendo com os amigos. Daí a orientar os seus estudos para a área foi um pequeno passo. E depois teve esse encontro imediato com a região que Miguel Torga tão bem definiu como um “poema geológico”. “Não conhecia aqui nada e fiquei logo apaixonada pela paisagem espetacular”, afirma, sempre sorridente.
Quem diria. Uma alentejana nascida em Vila Nova de Milfontes, que estudou no Algarve e se enamorou por um Douro que só não lhe pode dar o que está lá longe. “Temos o Rio Távora ali no vale, mas não é a mesma coisa, às vezes sinto saudades do mar...”. Será uma questão de tempo até partir para as suas viagens de sonho, para a Austrália, Nova Zelândia ou Estados Unidos. Mas aí a Brenda já vai poder levar consigo as experiências e memórias do Douro, das suas paisagens e dos vinhos que por aqui nascem.