É sempre um momento especial na adega, inundada pelos cheiros e pelas cores que denunciam o que está a acontecer: a vindima dos tintos. As uvas continuam a chegar à mesa de escolha e lá em baixo segue todo o processo, desde a pisa mecânica, às remontagens e às desencubas. E os aromas tornam o ambiente inspirador e apaixonante. É precisamente a operar a pisa mecânica, nos gigantes lagares de inox, que vamos encontrar a Clarice Gomes, mais um sorriso que se juntou à equipa Kranemann Wine Estates, para a vindima de 2023.
A Clarice é uma simpatia. “O nome é português porque sou neta de madeirenses que há muito se mudaram para a África do Sul”, explica. “E agora, em jeito de aventura, mudei-me eu para Portugal, para dar seguimento à minha área de estudo”. Tem background em Ciências Gastronómicas e a sua paixão é food design.
Produtos, processos, fermentações... tornou-se então evidente que uma vindima seria “o estágio ideal para reunir mais experiência e conhecimento em torno do vinho”, e também para mergulhar nesta interminável e entusiasmante ligação entre comida e vinho. E “através de um contacto no setor chegou então a oportunidade de integrar a vindima” em plena Quinta do Convento de São Pedro das Águias.
No Douro, para a gente que trabalha a terra e a vinha, os dias começam cedo. Muitas vezes com uma sopa carregada de legumes e feijões, “daquelas que seguram a colher em pé”, como gosta de dizer o Carlos Alberto, o chefe da equipa que coordena todo o trabalho na quinta. “É verdade, é incrível a Gastronomia portuguesa, tão diversa para um país tão pequeno. Cheia de sabores, mas também tão pesada, sobretudo aqui no Norte”, diz Clarice, entre mais um sorriso.
“Estar aqui tem sido uma experiência muito autêntica. E a equipa acolheu-me de forma calorosa partilhando o valor do trabalho duro. Depois da vindima sigo para Lisboa. E a aventura continua”.
Obrigado pela ajuda e sorriso permanente, Clarice.
E boa sorte para o futuro; serás sempre bem-vinda!