A Quinta do Convento de São Pedro das Águias, que hoje acolhe a Kranemann Wine Estates, é uma das mais antigas propriedades do Douro. A sua origem está envolta em estórias e lendas, mas a sua própria história de séculos encerra todo um património de narrativas que fundem toda uma herança religiosa e popular e que surge como uma enorme riqueza. Neste artigo começamos por partilhar duas lendas antigas:
A lenda de Ardinga
O Convento de São Pedro das Águias dá nome àquela que é hoje a principal propriedade da Kranemann Wine Estates, a Quinta do Convento de São Pedro das Águias. As suas raízes recuam ao séc. X e na chegada à região da reconquista cristã. Perto do atual Convento, junto à localidade da Granjinha, encontra-se um primeiro monumento que prova a presença religiosa já nessa altura. Trata-se da ermida de São Pedro das Águias, cuja origem ficou marcada por uma história de amor.
Aquando da reconquista cristã, dois guerreiros nobres provenientes de Guimarães, Dom Rausendo e Dom Tedon, notabilizaram-se pelas suas façanhas. Ardinga, filha do líder muçulmano da região, o emir de Lamego, ter-se-á enamorado por Dom Tedon. Contudo, após fugir e converter-se ao cristianismo, para poder desposar o guerreiro, foi perseguida e encontrada pelo seu pai, sendo degolada e atirada ao Rio Távora. Em reação, Dom Tedon terá sepultado o corpo mutilado da sua amada na capela da ermida de São Pedro das Águias. Em sequência este templo foi transformado em mosteiro.
Mais tarde, no séc. XII, os monges da Císter estabeleceram-se num segundo mosteiro, maior, com o mesmo nome, a apenas 2 Km. Foi este o monumento que deu origem ao atual Convento de São Pedro das Águias.
A Moura da Ponte do Fumo
A célebre Ponte do Fumo, uma ponte romana que cruza o Rio Távora, junto à Quinta do Convento de São Pedro das Águias, também tem a sua origem justificada numa lenda.
Contavam os populares que a ponte foi construída pelos mouros, numa só noite, para fuga à perseguição cristã. Junto à ponte existe uma fraga, designada a Fraga da Moura, em alusão a uma moura encantada que terá sido deixada para trás, com os filhos.
A lenda refere que por vezes a moura surge nesta fraga, a cantar. Metade mulher (linda e de uma beleza nunca imaginada) e metade serpente. Só é possível avistá-la ao longe, porque se esconde se alguém estiver por perto. E no rio ninguém se atreve a mergulhar, já que será puxado para o fundo...
É este legado imaterial que, a par com a vinha e os vinhos, pretendemos proteger, preservar e divulgar.
Fique atento ao site Kranemann Wine Estates. Vamos continuar a partilhar lendas e factos históricos associados à Quinta do Convento de São Pedro das Águias, que tanto enriquecessem a história da nossa propriedade, bem como esta região única do vale do Távora.