O início do ano chegou, as temperaturas desceram e o Inverno instalou-se na nossa quinta. As vinhas descansam e permitem-se ao sossego. Estes meses de quietude, são o período ideal para realizar a delicada dança da poda. Neste ballet silencioso, os podadores de tesoura em riste vão moldando o futuro dos cachos que em breve brotarão na Primavera. A poda consiste no corte das varas para disciplinar e estimular o crescimento dos gomos responsáveis pela produção futura. Não se trata apenas de um ato mecânico, mas de um diálogo silencioso entre o homem e a natureza. Ao remover os excessos, permitimos que a energia da planta se concentre na produção de frutos mais saborosos e saudáveis. É uma acção que exige o conhecimento íntimo da vinha e é um ato de amor e visão que se vai perpetuando de geração em geração. Desde os 12 anos que Carlos Alberto, o capataz da nossa quinta, se entrega a esta operação com uma dedicação extrema. Encontramo-lo nas nossa vinhas de Bastardo, que foram plantadas no ano passado, com a equipa a formar a vinha. Com uma experiência de mais de uma década, a sua paixão e compromisso são evidentes em cada videira que toca, e a sua habilidade é verdadeiramente um tesouro para o sucesso contínuo da nossa produção vinícola. Bailemos em silêncio que o concerto da Primavera há-de chegar.